domingo, 30 de janeiro de 2011

IMAGINO-TE

Eras um homem que infundia respeito e admiração, sabias o que querias, eras brilhante! Genial até!
Que te aconteceu? Que fizeste? Que te fizeram? Como permitiste que entrassem em ti e te sugassem a vida? Escondes-te, andas triste, não tens amigos! O teu rosto está vincado pela idade e pelos desgostos!
O amor passa-te ao lado e não o sabes agarrar ou não o reconheces!
Imagino-te cabisbaixo a jogar, aqueles jogos que absorvem multidões mas que ocupam apenas o tempo, o tempo já tão curto que tens para viver.
Sinto-me inútil, já não te reconheço, sei que as palavras que te envio não são lidas ou são mal interpretadas, os meus braços já não têm forças para te proteger, os meus beijos são-te indiferentes, não te trazem de novo à vida e não saram as feridas que outros abriram!
O tempo clama! O tempo tem urgência! Mas ainda tens tempo para saíres desse mar revolto que te tornou apático!

LIBERTA-TE!

Nota:Tela de Vladimir Kush

sábado, 29 de janeiro de 2011

DOÇURA OU DIABRURA LXIX

A semana que findou saldou-se positivamente, o seu momento mais relevante foi uma ida ao teatro. Fui assistir à peça “O Senhor Puntila e o seu criado Matti” de Bertolt Brecht. Uma peça de Brecht que não tem nada a ver com as peças que conheço dele, esta está impregnada de humor, é muito singela e poética,…é leve!
Aconselho-a vivamente, vão passar cerca de 2 h e 10 minutos de diversão, com uma excelente interpretação de Miguel Guilherme.
Pensem em ir assistir a esta peça mas pensem também na DOÇURA OU DIABRURA deste fim-de-semana.

Obra da pintora Nicoletta Tomas (1963)


DESEJO
Toca-me!
Com o silêncio
Do amor não confessado
Com a carícia
Do olhar calado.
Com o ardor
Da paixão adormecida
Com a fúria incontida.

Toca-me
Com as palavras
Do sentir por dizer
Com a dor
Do medo de me perder.
Com a saudade
Dos carinhos perdidos
Com a chama
Dos desejos volvidos.

Desbrava em mim
As penas da minha carência
As escarpas do meu desgosto
Os resíduos da minha demência.

Deixa, amor…
Deitar-me no teu regaço
Ser mulher libertada
Despir-me no teu abraço
Afundar-me no teu corpo
Ser tua mulher amada.
Julieta Ferreira (1952) in Poiesis (vol.XV)


JÁ SABEM O QUE VOS DESEJO: UM FIM-DE-SEMANA MARAVILHOSO!!!! AGASALHEM-SE, VAI ESTAR MUITO FRIO!

BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS! ESPECIALMENTE PARA TI!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NÃO VOU!

A inquietação que costumava avolumar-se com a aproximação da hora do encontro, no ninho de amor construído há muito, naquele dia não tinha surgido no seu espírito, estava calma, muito calma, tão calma que até se estranhava, parecia-lhe que outra lhe tinha invadido o corpo.
Era dia de se encontrar com ele,… se ele viesse! Ultimamente falhava muito, não avisava e depois desculpava-se sem a conseguir convencer…
Deslizou até à ampla janela sobranceira ao mar e manteve-se em contemplação. O Sol estava bem nas alturas, mas começou a empalidecer, nuvens cinzentas trazidas por um vento que, repentinamente, de brisa passou a vendaval, foram-se aproximando, como um manto de luto cobriram o astro-rei, do céu escorreram riachos, o firmamento iluminou-se e um som ensurdecedor fez-se ouvir.

Tela de Vladimir Kush (1965)

Neptuno acordou da sua sesta, estava rabugento e surgiu entre ondas alterosas.
Instalara-se uma guerra entre deuses! Hélio, Nereu e Thor tinham-se zangado! Neptuno vinha impor paz mas trazia com ele uma revolta bem visível, …

Sorriu com estas imagem que lhe surgiram com a rapidez do relâmpago que entretanto rasgava o horizonte.


Tinha chegado uma tempestade!
Hesitou, por um tempo traduzido num pequeno avanço do ponteiro dos segundos, mas decidiu-se com firmeza:
Não vou!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

DESPERTAR

Ela acordou com uma vontade imensa de viver. Pela primeira vez ao longo de muitos meses tinha dormido uma noite sem sobressaltos…sentia-se liberta, liberta das amarras que noite após noite a prendiam numa espera pelo homem amado. Como o amava! Como procurava enganar-se a si mesma, pensando que tudo ia mudar.
Ele ora surgia noites seguidas quando já elas iam longas, ora desaparecia por um tempo que a ela parecia infinito, deixando-a na ansiedade de uma espera sem nome…

Tela do pintor russo Vladimir Kush (1965)


A sua prisão a um ser como este, que se enraizara nela, mas que não permitia que nele entrassem raízes, era motivo para andar numa inquietação permanente. Sabia, sem querer saber, que se estava a humilhar, que se estava a deixar destruir, tinha que encontrar forças para tal não permitir.
Nesse dia despertou! Mas tinha uma certeza, para se libertar para sempre, para que essas raízes fossem totalmente destruídas, teria que voltar a encontrá-lo e, olhos nos olhos, fazer-lhe a pergunta que minava o seu coração há muito.

Quando, como, onde, se daria esse final?
Ela saberia escolher o momento certo! Sabia esperar!Sabia como encontrá-lo! Não esperara já tanto? Ia encontrá-lo!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ANTIGONO

Corria o ano de 1755, poucos dias antes do terramoto que destruiu Lisboa, quando se estreou na Ópera do Tejo* esta obra de reportório barroco italiano de António Mazzoni, baseada num libreto de Pietro Metastasio por “encomenda” de D. José I, como convinha à corte e à tradição musical dominante em Portugal, nesta época.
Duzentos e cinquenta e cinco anos depois volta à cena, no Centro Cultural de Belém e apenas com duas apresentações. Tive o privilégio de assistir à estreia (paguei bilhete)

Argumento:
Berenice, princesa do Egipto, viaja para a Macedónia para casar com o rei Antigono, depois de ter recusado a mão de Alessandro, rei do país vizinho, Epiro. Demetrio filho predilecto de Antigono está apaixonado por Berenice, este desconfiado ameaça-o com o exílio, ao mesmo tempo Alessandro invade a Macedónia para ter Berenice de volta.
A história tem um final feliz (lieto fine), Berenice casa com Demetrio, como convém a uma belíssima história de amor , em que o amor filial, a nobreza de carácter, a capacidade de renúncia, a benevolência,… estão bem presentes.

Figuras em palco: Antigono (tenor), Berenice (soprano), Demetrio (soprano), Alessandro (contratenor), Ismene (filha de Antigono –soprano) e Clearco (capitão à ordem de Alessandro – soprano).

Descrição (muitíssimo condensada) do que vi, ouvi e senti:
-Clearco e Demetrio são representados por mulheres já não existem os castrati**, estraga um pouco a visualização das cenas, mas em ópera é mesmo assim, primeiro o tipo de voz depois o “físico” adaptado à personagem.
-A cantora que representa Berenice é enorme, com uma caixa torácica (leia-se maminhas) bem desenvolvida, já com alguma idade, a que personifica Demetrio é pequenina e jovem (tive dificuldade em “arrumar”na minha cabeça, um par tão apaixonado com aspectos físicos tão díspares)
-O cenário está em constante mutação, efeitos produzidos através de um processo digital feito no momento e ao "sabor" do fundo musical. O processo usado torna-o fantástico, “demolidor”,…
-As vozes são divinais! Excelentes cantores!
-A movimentação das personagens é praticamente inexistente, cantam quase sempre a solo, embora não estejam “sós” em cena.
-Os figurinos são de José António Tenente muito sóbrios e de acordo com a época. Bom trabalho!
-A orquestra residente no CCB “Divino Sospiro” (fundada por Massimo Mazzeo), dirigida pelo maestro Enrico Onofri (que parece uma salsicha preta com pernas e braços, … não me consegui libertar desta imagem) foi magistral…
-Estive no CCB cinco horas, 30+20 minutos de intervalo, 3 h 40m de espectáculo e ½ hora antes do início porque nunca chego atrasada.

Mas valeu a pena!
Uma obra que não vou esquecer…
Ainda não percebi porque foi apresentada em apenas dois espectáculos!

*Este teatro “viveu” muito pouco tempo, antes de apresentar Antigono, tinha apresentado outras duas obras, foi totalmente destruído pelo terramoto.
Lisboa voltaria a ter um teatro de ópera, o São Carlos, quatro décadas depois.
** Os castrati surgiram por volta de 400 d.C. Mas a partir do início do séc. XIII até ao século XVI “desapareceram”. Neste século reapareceram em Itália, havia necessidade de vozes agudas nos coros das igrejas, alguns jovens do sexo masculino com gosto pelo canto, pobres, órfãos, … eram castrados (o recrutamento destes jovens para o coro da Basílica de S. Pedro, foi aprovado pelo papa Sisto V).
Nas óperas de Handel os castrati eram presença obrigatória, eram compostas de propósito para eles.
Nos dias de hoje tal prática é impensável, esses papéis são desempenhados por cantoras ou contratenores

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

DOÇURA OU DIABRURA LXVIII

Semana estranha que hoje termina, semelhante a uma montanha russa, acontecimentos exteriores ao meu Eu, levaram-me ao “alto” e trouxeram-me até ao “baixo”, não gosto muito destas mudanças tão bruscas de altitude.
Vamos ao tema de hoje …

VIVER
Nada importa quando não estás lá.
Nada magoa quando não sentes.
Nada te atinge quando não olhas.
Nada te pode enfrentar sem que lhe faças frente

Engana o mundo.
Sê quem quiseres.
Controla!

Fica aí não vás.
Vai embora quando não queres mais.
Agora que ficaste podes ir e sair.
Não penses!
Não fiques!
Não vás!
Vive na incerteza.
Divide-te por várias formas de pensar.
Entrega-te a quem não te queres entregar.
Fica quando já não queres ficar.
Baralha o mundo e deixa-te baralhar.
Entra num jogo em que és tu a comandar.

Deixa que a dor comande.
Deixa que a inspiração nasça da tragédia.
Deixa que a tragédia invada teu ser.
Estremece e faz estremecer.

Vê então o que crias, o que alimentaste.
Desliza num cetim negro de ilusões,
De sensações.
Agora o mundo é todo teu.
E esquece.
Patrícia Lourenço (25/06/82), in “Intemporal” (Editorial Minerva)


Um pouco perturbador este poema…mas apreciei-o!

COMEÇA UM FIM-DE-SEMANA QUE SE PREVÊ COM MUITO FRIO!
MAS QUE INTERESSA ESSE FRIO SE PODEMOS AQUECER O NOSSO ESPÍRITO?
UM ESPÍRITO E UM CORPO BEM AQUECIDOS É O QUE MAIS VOS DESEJO PARA ESTE FIM-DE-SEMANA!

BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS! ESPECIALMENTE PARA TI!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

UMA MANHÃ EM CHEIO!

Sete horas e trinta e cinco minutos, mais minuto, menos minuto, alguém abre a porta do meu ninho lisboeta e invade o meu espaço. Era a Gracinda, o meu braço direito, esquerdo, olhos e ouvidos, ... uma mulher que convive connosco há imensos anos, que viu as crianças crescerem e “produzirem” outras crianças, que assistiu a momentos muito bons da nossa vida e a outros menos bons.
Há duas semanas que tinha “desaparecido”, só ontem consegui saber que estava "viva"…o avançar muito na idade não perdoa os esquecimentos, podia estar a “gozar” o resto da sua vida, na sua casa de aldeia, totalmente remodelada, entre a Beira Alta e Trás-os- Montes mas decidiu que nunca me ia abandonar. Que posso fazer depois de ter sido “servida” com tanta lealdade?

Só que…
Depois deste despertar tão matinal, já não consegui ficar deitada, bem me revirei e tentei fechar os olhos, mas nada, acabei por me levantar. Depois das “movimentações” próprias de quem acaba de se erguer com muita dificuldade, pedi-lhe ajuda para mudar a roupa da minha cama.
Eu: Gracindaaaa! Esse lençol é o de cima, não vê o bordado?
Gr: Ahhh! Pois é! Não tinha reparado.
(***)
Gr.: Ora esta, o edredon está pequeno!
Eu: Vou já! Está a colocá-lo atravessado!
(***)
Decidi fugir para a minha sala de trabalho e atirei-me ao computador ...
(***)
Catrapum, plim, plão, … eram peças do aspirador que estava a ser montado, a rolarem pelo chão da cozinha.
(***)
Gr: Não consigo desenroscar o tubo do aspirador! Como é que fiz isto? Apertei com muita força!
Eu: Deixe ver Gracindaaaa! Realmente está muito apertado, deixe ficar. Mais logo eu, com uma chave-inglesa tento desapertar...
(De repente fez-se luz no meu espírito já muito pouco iluminado)
Eu: Ó Gracinda vai desmontar o aspirador porquê? Ainda não acabou de aspirar…
Gr: Ah! Pois nãoooo! Que cabeça a minhaaaaa!
(***)
Gr: Ó D. Teresa, viu um paninho de lã que eu trazia na mão?
Eu: Não Gracindaaaa! Já vou ver! Está um no chão do corredor, dois sobre a tampa do caixote do lixo, um sobre o microondas e outra sobre a mesa da sala de jantar. Qual deles é Gracindaaaa!
Gr: Que cabeça a minha!
(não estou a exagerar, não sei qual deles ela queria, porque voltei a “esconder-me”)
(***)
Gr: Ai Jesus, arranquei a tomada!
Eu: Gracindaaaa! Sabe porque é que está aí esse adesivo? É porque quase todos os dias que cá vem a arranca (é uma tomada que está no hall, ela actualmente só vem cá a casa uma vez por semana). Todas as divisões têm tomadas use-as por favor e não puxe o fio, retire a ficha da tomada com cuidado, já me custa andar sempre a arranjá-las (estava a começar a ficar brava) !
(***)
A manhã passou-se toda mais ou menos assim, com uns tantos ou quantos episódios que levariam imenso tempo a contar, a ordem dos acontecimentos não deve ter sido bem esta, eu entretanto ia tentando “esconder-me” mas era interpelada constantemente.
Para não perder a calma, decidi tomar um banho relaxante, quando eram quase horas de ela sair.
(***)
Já bem descontraída, enfiada na banheira a ler e de porta encostada.
Gr: D. Teresa até 4ªfeira! Fica aqui ao pé da porta da casa de banho o balde!
Eu: O balde? Que balde?
Gr: O balde para despejar água na sanita!
(Fez-se luz!)
Eu: Ó Gracindaaaa, usou-se um balde durante uns dias, tem razão…mas foi no princípio do Verão, enquanto não encontrava um canalizador para arranjar o autoclismo, lembra-se?
Gr: Já não me lembrava! O que faço ao balde?
Eu: Coloca-o no sítio de onde o tirou!
Gr: De onde é que o tirei?
Eu: Do armário que está por baixo do lava-loiças!
(Uns segundos de silêncio)
Gr: D. Teresa, D.Teresa, viu as minhas chaves?
Eu: Não Gracindaaa, não vi! Mas vi o seu relógio e o seu anel, sobre a mesinha de chá na sala de jantar, não será que as chaves estão também lá? Vá lá ver…
Gr: Afinal estão já na minha mala, juntas com as da minha casa. Até 4ª feira D. Teresa!
Eu: Adeus Gracindaaa! Vá com cuidado!

Alguém tem coragem para me dizer que não foi uma manhã em CHEIO?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PROVÉRBIOS

Todos sabemos o que é um provérbio, todos já os temos usado uma ou outra vez, eu recorro a eles, normalmente, para dar ênfase a uma determinada ideia. São de autor anónimo e baseiam-se no senso comum de um determinado meio cultural.
Estes que vos trago hoje são muito conhecidos mas estão camuflados com uma roupagem, aparentemente, muito “sofisticada”.
Recebi-os por e-mail e achei-lhes imensa graça, cá vão eles:

*Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
*Espécie avícola na cavidade metacárpica supera as congéneres revolteando em duplicado.
*Ausência de percepção ocular, insensibiliza o órgão cordial.
*Equino objecto de dádiva, não é passível de auscultação odontológica.
*O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos.
*Idêntico ascendente, idêntico descendente.
*Descendente de espécie piscícola sabe movimentar-se em líquido orgânico.
*Pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.
*Tem a monarquia no baixo-ventre.
*Quem movimenta os músculos suprafaciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente.
*Quem aguarda longamente, atinge a exaustão.


Para os mais distraídos aqui vai a decifração:
*Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
*Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
*Olhos que não vêem, coração que não sente.
*A cavalo dado não se olha os dentes.
*O olho do amo não engorda o gado.
*Tal pai, tal filho.
*Filho de peixe sabe nadar.
*Grão a grão enche a galinha o papo.
*Tem o rei na barriga.
*Quem ri por último, ri melhor.
*Quem espera, desespera.

domingo, 16 de janeiro de 2011

EU EM 7X7

O Pinguim, a Manuela e a Adek, por ordem de chegada, lançaram-me um desafio.
Por norma nunca fujo, nem a estes desafios, nem aos que a vida me gosta de fazer, talvez me tenha esquecido de algum, muitas vezes não os consigo publicar logo, logo….e vão ficando na gaveta dos “ casos para resolver”.

Euzinha, como diz a minha filha, com 7 meses. A “cobertura” da minha nudez ainda existe, é cor-de-rosa, como não podia deixar de ser…

Então cá vão as respostas ao desafio, sem garantir que se respondesse amanhã o faria exactamente da mesma maneira.

7 coisas que gostaria de fazer antes de morrer (vade retro Satanás):
Andar de helicóptero; passear num descapotável; ver nascer um bisneto (não sou esquisita, pode ser bisneta); passar uns tempos numa daquelas “praias de revista”; viver numa casa sobre o mar; ser apresentada ao Sean Connery; voltar a amar (e a ser amada)

7 palavras que mais vezes digo
:
Querido (a); beijinhos; malvado (a); abracinhos; safa!; entendi; foi?

7 coisas que faço bem (penso eu):
Ler; conversar; escutar; rir; conduzir; tricotar; passear

7 defeitos meus (será que me conheço bem?):
Perfeccionismo (estou em fase de cura); teimosia (chego a ser inconveniente); exigente; vaidosa; gulosa; preguiçosa (só para algumas tarefas); presumida (não me lembrar de mais nenhum é presunção).

7 qualidades (serão…?):
Responsável; tolerante; solidária; carinhosa; leal; pontual; íntegra.

7 coisas que detesto:
.
A maldade; a guerra; a fome; a indiferença; a mentira; a agressividade; a discriminação.

7 enviar este desafio a 7 bloguistas:

Aqui a “porca torce o rabo” não vou indicar 7, vou estender o envio a todos os que me seguem e que gostam deste tipo de desafios…vá lá não me desiludam!

À Manuela, à Adek, ao Pinguim o meu MUITO OBRIGADA!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DOÇURA OU DIABRURA LXVII

Este fim-de-semana está a ser diferente, estou feliz e acompanhada, muito bem acompanhada…sou uma “substituta”, divertida e “chata”. Sou a chefe como diz a mais pequena… Estou como AVÓ a tempo inteiro.
Nessa linha o Doçura ou Diabrura de hoje é um poema escrito por uma criança, sobre o amor , retirado da Net.



Era meia-noite
Vi uma estrela brilhar
Fez-me lembrar os teus olhos
Quando me estavas a beijar

Uma noite vi no céu
Uma estrela cadente
Essa estrela me mostrou
Que me amavas eternamente

Eu não quero mais sofrer
Nem mais uma vez chorar
Eu só quero o teu amor
Que tens para me dar


Esses olhos castanhos
Castanhos linda cor
São teus livros de estudo
Na faculdade do amor

Carlos Miguel 4º ano Trofa



Não sei que dizer deles... deixo-os para a vossa apreciação!

PARA TODOS UM FIM-DE-SEMANA VIVIDO COM ALEGRIA. PAZ E MUITO AMOR! MUITO OBRIGADA POR SEREM QUEM SÃO!

BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A MINHA MÃE E EU

E o meu irmão! Sim o meu irmão! Escondido e bem protegido no ventre da minha mãe. Nasceria apressadamente poucos meses depois, estava ansioso por nos conhecer, sabia que ia ser amorosamente recebido.

Falar da minha mãe é-me muito difícil, não por causa da dor da sua partida, nem das saudades, mas porque não encontro palavras para a descrever…
Não me lembro de ter tirado esta fotografia mas, com a anotação feita pelo meu pai sei que tinha 5 anos e ela 25. Com esta mostra documental, todos acreditam quando afirmo que ela foi a minha mãe, a mulher que me trouxe no ventre durante nove infindáveis meses
(no dizer dela)
Dez anos depois, as pessoas que não nos conheciam, pensavam que éramos irmãs, eu cresci demasiado depressa, ela manteve-se jovem e com feitio de menina.
Desde aí passei de filha a mãe, não que ela não conhecesse muito bem o lugar que ocupava na família, mas porque era muitíssimo mimada e adorava sê-lo, as lágrimas afloravam-lhe aos olhos com imensa facilidade, amuava quando era contrariada e todos nós lhe fazíamos as vontades.
Foi muito amada, o meu pai mais velho do que ela 8 anos, idolatrava-a!
Dela só consigo descrever situações…
Não me lembro de a ver com o ventre dilatado, mas lembro-me de um casaco que ela usava (mais tarde vim a saber que era um casaco de grávida) todo aos godés e de como gostava de me meter debaixo de toda aquela roda.
Recordo o dia em que o meu irmão, bebé permaturo, nasceu! A minha mãe percorria o corredor imenso, da nossa casa de família (que saudades) , de um lado para o outro, comigo, a minha avó e o meu padrinho atrás, numa estranha procissão. Este passarinhar, que não sei se demorou muito ou pouco tempo, terminou com a chegada do meu pai e do meu avô paterno.
Era muito simpática, excelente anfitriã, adorava dançar mas cantava pessimamente, (cala-te boca que o meu “canto” afugenta todos em redor) , vê-la dançar o charleston era um delírio … nunca consegui fazer a troca das mãos e joelhos, “escangalhava-me” sempre a rir
Ela que casou com 19 anos odiava os meus namoricos, fazia-me a “vida negra”.
Amuava…fazia queixinhas ao meu pai, ele dizia: Ai sim! A malandra! – E piscava-me o olho.
Não penso nela sem a dissociar de mim, lembro-me de episódios mais ao menos recambolescos que se passavam com as duas. A minha avó muitas vezes observava mas não intervinha.
Desde muito pequena que sempre gostei muito de ler, material não faltava lá por casa, a minha mãe não apoiava todo o tempo que eu usava para fazê-lo, impunha-me tarefas, eu resolvia o assunto fugindo para a casa de banho, sentava-me na sanita e lia. Quando ela dava pela minha falta eu tinha sempre um álibi e o rabo gelado… Como ficava “brava” comigo!
A sua presença dia e noite, servindo de veículo transmissor do exterior para a minha cama de doente quando tive febre tifóide…jamais o esquecerei!
A compra de uns sapatos brancos na rua do Loreto…eu queria uns, ela queria que eu comprasse outros…o empregado teve a triste ideia de dizer: “Os que a sua mana gosta mais, ficam-lhe melhor”! Dei-lhe um berro: “Não é minha mana é minha mãe!”
Não escondia a idade, pelo contrário, por vezes, ainda faltavam meses para o seu aniversário e já lhe acrescentava um ano. Adorava que lhe dissessem que parecia muito mais nova!
Mudava de fatiota pelo menos duas vezes por dia, sempre foi assim, e isto tornou-se um pesadelo quando ficou muito idosa, o guarda-roupa, mal eu voltava costas, era literalmente espalhado pelo quarto, tarefa executada pelo meu pai, para ela escolher a vestimenta que queria usar para ir à rua ou para se sentar à mesa.
E a loucura por chapéus, boinas e afins
(tenho a quem sair) !
As nossas idas, apenas as duas, ao São Carlos…
Como ficou zangada por eu ter ido, na véspera do meu casamento (casei a uma segunda-feira), sozinha ao teatro com aquele que no dia seguinte se ia tornar e se tornou o pai dos meus filhos…
Tanta, tanta partilha, mas nem eu nem a restante família tem dúvidas, desde a minha adolescência que o “ombro de mãe” era o meu e não o dela!

domingo, 9 de janeiro de 2011

UM LIVRO

Era uma vez um livro, não é assim que começam todas as histórias… um livro que me foi depositado nas mãos pela amiga, irmã mais velha, conselheira, cúmplice de boas e menos boas horas e das partidas que pregávamos… a muito querida Maria Odete.
Quem connosco privava sabia que por muito triste que chegasse perto de nós, partiria com um sorriso nos lábios e provavelmente com a ideia de que éramos tontas ou irresponsáveis.
Abri-o e na primeira página tinha e tem uma dedicatória, escrita numa letra muito bem desenhada, a bonita letra dela, com meia dúzia de palavras, que dizem tanto e que me ajudam a continuar a eternizá-la no meu coração, embora tenha partido numa viagem sem retorno há mais de uma década.
Por baixo dela escrevi uns anos mais tarde: “Obrigada AMIGA pelos conselhos que sempre me deste. Foste a irmã mais velha que não tive, lamento não te ter “aproveitado” mais tempo (20 de Novembro de 1997)”
A partir dessa página o livro estava em branco. Era um LIVRO BRANCO.



Era, disse bem! Já não o é!
Bernard Shaw quando indagado sobre quais seriam os cinco livros que levaria para uma ilha deserta, respondeu que levaria cinco livros em branco.
Ao longo de vinte e oito anos fui registando nele todos os meus anseios, desejos, afectos, sonhos, … nele arquivei notas*, recados, queixinhas**, … do meu marido*** e dos meus filhos. Nunca o escondi, esteve sempre num lugar bem visível, até que um dia… alguém muito próximo de mim o profanou, não se limitou a lê-lo, mandou-o fotocopiar e usou essas fotocópias mostrando-a a pessoas que não me conheciam na intimidade.
A partir desse malfadado dia as histórias nele depositadas passaram a revelar raiva, dor, impotência, vingança, desprezo… Sofri com isso!


Hoje o livro está “pronto”, não tem mais espaço para ter mais histórias…


*http://beijinhosembrulhados.blogspot.com/2009/11/por-incrivel-que-possa-parecer-o-unico.html

**http://beijinhosembrulhados.blogspot.com/2009/10/comsem-posicao.html

***http://beijinhosembrulhados.blogspot.com/2009/10/tal-como-foi-explicado-aqui-tambem-este.html

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DOÇURA OU DIABRURA LXVI

As DOÇURAS OU DIABRURAS estiveram de férias, entraram num repouso merecido durante a quadra das grandes festividades e grandes consumos (para alguns) e estavam relutantes em voltar, tive que me empenhar seriamente para elas saltarem do remanso em que se encontravam e visitarem este cantinho. Fizeram-se caras as marotas! Mas conseguimos estabelecer um acordo de “cavalheiras”.


ARTE DE AMAR
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira (1988-1968)

DEPOIS DE DOIS FINS-DE-SEMANA BASTANTE "ANIMADOS" E ALARGADOS...DESEJO A TODOS QUE ESTE, QUE HOJE SE INICIA, SEJA MUITO CALMO E QUE SIRVA PARA ALGUMA REFLEXÃO...

PARA TODOS OS MEUS BEIJINHOS EMBRULHADOS!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

IMAGINAÇÃO DELIRANTE

Voltei a estar com maior assiduidade no meu apartamento citadino e a retoma a velhos hábitos depressa se instalou. Ontem ao entardecer, o entardecer de um dia em que apanhei uma molha que me molhou mesmo, depois de um duche revigorante, instalei-me no meu jardim de inverno” com um livro nas mãos e uma chávena de chá de jasmim, bem quentinho, sobre a mesa de apoio. Agi de modo diferente, coloquei o sofá de costas para “o meu velho” e, em vez de reiniciar a leitura do livro que ando a ler há mais de três dias, dei por mim a observar os prédios em frente. Prédios bem visíveis, as árvores que nos separam estão totalmente libertas de folhagem e estendem os seus ramos esquálidos como que a pedirem-me ajuda. Brevemente vão ficar pesados cobertos de folhas - disse eu baixinho.

Alguns andares sem iluminação, fizeram-me crer que os seus habitantes ainda não tinham regressado, noutros luzes filtradas pelas cortinas davam um certo ar étereo à casa, outros bem iluminados expondo todo o conteúdo de cozinhas e salas, … Sentindo-me também exposta, mantive-me no meu posto de observação cada vez mais “disfarçada” com o avanço do anoitecer e a chegada da noite.
A minha imaginação entrou em “delírio”, com ela iniciei uma meditação que me fez rir sozinha, meditei formulando hipóteses sobre as vidas que por lá pululam.


-Aquele é “machão”, a fêmea está na cozinha e sua excelência está na outra divisão a ver televisão…
- Deixaram a luz acesa e não se vê ninguém…será que estão a fazer o que eu já fiz, a tomar um banho revigorante?
- Ainda não chegaram a casa, estarão no trabalho ou foram jantar noutro local,…
-Será que ninguém se está a amar, neste instante…
-Aquele ali junto aos vidros estará a pensar no próximo Verão….
-A criança está chorando magoou-se ou foi admoestada…
- E se, tal como na “Janela Indiscreta” de Hitchcock , eu vou assistir a um crime…
- Estarei também a ser observada, não é possível, estou às escuras, mas sempre vem uma certa luminosidade dos candeeiros da rua…
-Só uma janela tem enfeites de Natal…hummmm…porque será…


(…)


Não! Penso que não! Ainda não devo ter enlouquecido!
Mas de médicos e loucos todos temos um pouco
!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

AMIZADE VIRTUAL

Nos dias de hoje constroem-se “amizades” através da virtualidade? Acredito que sim! O contacto com pessoas que nunca “vi” faz-me rir, chorar, pensar, reflectir, sonhar,…
O coração aperta-se quando sinto que do outro “lado” está um ser em sofrimento ou alegra-se quando sinto que o outro alguém está passando excelentes momentos de vida.

Este “tipo” de amizade constrói-se com pequenos momentos, aqueles que passo a ler os vossos textos, os vossos comentários, os vossos e-mails, …São pedacinhos de tempo que vivo convosco, sem vos conhecer fisicamente, mas posso idealizar-vos…e idealizo. Não é importante medir este tempo, importante sim é a qualidade dos pensamentos, dos afectos, dos saberes, das experências que trocamos…
Com a “amizade virtual” aprendi a gostar de pessoas sem as julgar pela aparência física, como algumas vezes o faço inconscientemente.
“Foi o tempo que passaste com a tua rosa que a tornou tão importante”(Saint-Exupéry). O tempo que passo com cada um de vós aqui, torna-vos muito importantes … tão importantes que, se neste momento, deixasse de vos contactar, sentir-me-ia infeliz.


Sinto-vos perto mesmo que estejam muito longe…

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

SEM BALANÇO

No início de 2010 fiz um balanço do ano de 2009, no início deste 2011, decidi que 2010 fica sendo um ano … sem balanço. Decidi, está decidido!
Vou olhar em frente, sem projectos a longo prazo, vivendo o dia-a-dia procurando contemplar com os olhos bem abertos todas as coisas belas que a VIDA me pode proporcionar…

Quero sentir a chuva a bater nos vidros das minhas janelas abertas para o mundo, quero sentir o sol a aquecer-me o corpo, quero ver as árvores da minha rua voltarem a ter folhas, quero ouvir o chilrear dos passáros que nelas fazem o ninho, quero ouvir as risadas das crianças que frequentam o parque infantil que existe mesmo em frente da minha porta, quero sentir o meu coração a bater de um modo ritmado, quero cimentar as minhas novas amizades, quero rir-me dos meus sonhos de mulher romântica, quero contemplar os enamorados a segredarem, …


Quero que o SOL habite a minha alma!

sábado, 1 de janeiro de 2011

UMA SIMPLES ROSA

Quando os meus pais faleceram não me despedi deles com flores, uma opção que tinha tomado há muito, em consciência e sem medo do que os “outros” pudessem pensar. Não faço a mínima ideia se fui criticada ou não, não me preocupei, nem me preocupo com tal. Pessoalmente não me sinto bem quando vejo o destino que é dado às flores que se destinam às despedidas dos seres que amamos, ficam murchando, não têm utilidade, tornou-se um hábito …

Fotógrafa: Ana Rita
Local: Refúgio

Acreditem que não o fiz por uma questão de poupança…o dinheiro que daria a ganhar a uma florista com esse meu gesto foi aplicado e com ele alguém ficou muito feliz.
Sou totalmente tolerante com que gosta de o fazer e de encher as câmaras ardentes e cemitérios com as mesmas, nem podia ser de outro modo. Eu não gosto! Mas já o fiz por ser uma medida socialmente correcta (penso que fui “falsa” mas não quis chocar os respectivos familiares)
No entanto, não podia deixar passar essas datas em vão! Que atitude tomei?
No dia seguinte ao término das cerimónias fúnebres, plantei em memória da minha mãe e do meu pai, uma planta, em datas diferentes, pois faleceram com uma diferença de cinco meses. A que recorda o meu pai, que faleceu em Janeiro de 2006, foi uma roseira, desde essa data até hoje, cinco anos seguidos, em Janeiro, ela presenteia-me com uma rosa…este ano cá está ela, registada na foto… sei que irão nascer mais rosas mas na Primavera!

É esta rosa que ofereço a todos vós, no início deste novo ciclo temporal!
Para mim é um símbolo de esperança, de renovação, … acredito que a Natureza tem mistérios insondáveis e sinto-me confortada com este pensamento.