domingo, 13 de setembro de 2009

A BIBLIOTECA E O BORDEL

Biblioteca de Celsus

A cidade de Éfeso na Turquia, ou o que resta desta cidade da Antiguidade, tem vindo a sair das trevas causadas pela deposição de camadas sucessivas de solo , acumuladas através de milhares de anos. Esta cidade ocupava ou melhor, continua a ocupar, uma área vastíssima, estando actualmente, apenas cerca de 15% a descoberto, as escavações arqueológicas continuam e vão continuar por muito, mas mesmo muito, mais tempo.
Numa das extremidades da Rua de Curetes encontra-se o que resta da Biblioteca de Celsus construída nos inícios do séc.II DC, e muito perto dela encontramos os restos arqueológicos do Bordel, construído no séc. IV DC, situado na Rua do Mármore que faz ângulo recto, para a direita, com a Rua de Curetes.
O Bordel tinha um controlo muito rigoroso na manutenção da limpeza dos seus frequentadores, alguns historiadores dizem mesmo que esse aspecto sanitário era muito superior ao dos bordéis do séc. XX. Os homens que o frequentavam tinham que lavar e limpar os pés, as mãos e o restante corpo e só depois podiam entrar na sala grande. Este tipo de casa era dedicada a Afrodite (Venera) e estava decorada com inúmeras estátuas, em mármore branco, a representar esta deusa, algumas delas ainda hoje perduram. No pavimento da Rua de Mármore podemos observar gravada numa laje, a sola de um pé descalço feminino e o desenho de uma mulher, indicadores do caminho que se devia seguir para a entrada do bordel.

Nesta altura, quem me lê interroga-se: Porque é que esta ???( deixo a escolha do nome que me querem chamar à imaginação do leitor) juntou a Biblioteca ao Bordel no mesmo texto?
Aqui vai a minha resposta: nas escavações recentes, foi encontrada uma passagem secreta entre a Biblioteca e o Bordel...E esta hein? Como diria o nosso saudoso Fernando Pessa

Agora chegou o momento de cada um construir um "filme" que estiver mais de acordo com a sua maneira de pensar, o meu, se querem saber, mesmo que não queiram, cá vai, é o seguinte:
Um homem da época diz para a mulher : "querida vou até à Biblioteca consultar uma nova edição sobre A Educação escrita por Aristóteles ( um pouco desfasado da época a que me reporto, mas isto é a tradução do meu pensamento, que é intemporal) "
A mulher , fada do lar, esposa exemplar e mãe extremosa, responde docemente:"Muito bem meu amor , boa leitura, depois falamos sobre o que leste, não podemos esquecer que os nossos filhos têm que ser bem educados"
No regresso da Biblioteca (???) o marido diz: "Aristóteles é (foi) um génio! Depois de muito meditar ele registou o seguinte pensamento :"A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces"."
A mulher bate palminhas, feliz por ter aprendido uma citação que vai poder-lhe ocupar muitos dias, como tema de conversa com outras matriarcas.


Conclusão minha: a edição era "nova" lá isso devia ser, o tempo de demora correspondia ao tempo de "meditação", as "raízes amargas" eram a lavagem forçada, "os frutos doces", não sabem o que eram? Não sejam puritanos, todos sabemos o que é que o homem do meu "filme" colheu...

8 comentários:

  1. Ainda bem que o meu marido não frequenta a biblioteca!!!

    ResponderEliminar
  2. Olá!
    Estive há uns anos em Efesus e fiquei muito admirada com a boa conservação dos vestígios dessa acrópole, muito mais bem preservada que a de Atenas (uma desilusão total).
    Mas não sabendo ainda dessa relação cultural o que na altura achei anedótico foi o facto do "cagatório" ser um espaço bem amplo e dos banhos públicos serem bastante espaçosos...conclusão: naquela época tratavam-se bem.
    E cuidavam do espírito, com leiuras sérias e do corpinho, com leituras mais sensuais....
    A matriarca se calhar frequentava um atelier de costura (ainda não descoberto) com uma passagem sreta para um bordel masculino....admirem-se!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Depois deste segredo ter sido desvendado, como pode um pacato leitor com eu, ir até uma biblioteca sem ter que levar a cara metade atrás?
    Bem, tenho que confessar, deixei de frequentar uma biblioteca a partir dos anos sessenta, resolvi o assunto, tendo uma em casa e que biblioteca!

    ResponderEliminar
  4. Lembro-me perfeitamente de ficar deslumbradacom essa cidade! A sinalética para o bordel era fantástica... A biblioteca e bordel é a junção de dois prazeres, o da mente e o do corpo, perfeito!

    Um abraço

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  6. Ana Rita: que sorte ou que desgraça, depende do ângulo sob o qual se vê a importância da "frequência" deste local.

    Quase nos 50: Os vestígios desta cidade são um manancial histórico de uma grandiosidade que me deixou petrificada. Gostaria de lá voltar para poder "beber", com sofreguidão, tudo o que lá está representado.
    Quanto às matriarcas e porque não? Também deviam ter os seus "direitos" :):):)

    Vasco: Não deixe de frequentar uma Biblioteca, são locais muito pacíficos que alimentam e bem o espírito

    JS: Acredita que me lembrei de si quando percorria a Rua de Mármore, não pelo que descrevo no post, é evidente, mas por me ter falado sobre a Casa da Virgem Maria da qual daqui por uns dias falarei?

    Obrigada a todos por me "visitarem"

    ResponderEliminar
  7. Lá está o chato do anónimo com o rabo de fora!
    (Mas quando quiser ser anónimo serei mesmo).
    Mas vamos ao que interessa!
    Eu prezo as questões técnicas e ainda prezo mais a vista, porque o Sócrates
    (não o da “antiguidade” mas o do Inglês técnico por fax) me deixou sem qualquer possibilidade de ir ao oftalmologista.
    Então a minha questão é a seguinte: Essa letra muito pequena a partir de um certo ponto do texto é para quê? Terá sociedade na Multioticas (passo a publicidade)?
    Quanto à Ana Rita e há não existência de uma veia “bibliotecária” no marido olhe que nunca se sabe!
    E desculpem qualquer erro (ou muitos mesmo) mas fiz uns cursos nas novas oportunidades e com era ensino pós laboral (de noite) tenho grande dificuldade em escrever de dia.
    Mas para quem não é doutor ou sacristão (e só usa meia de cor) mas sim um simples e humilde carroceiro no desemprego até que vou dando conta do recado.

    Anónimo com o rabo de fora.

    P.S. Quer ver-se livre de mim? Modere o comentário que é o que eu fiz.
    Mas deixe prà lá que o vegetal está pior com uma invasão Chinesa. Por enquanto só se vai safando o blogue da Pintado de Rosa & Pilhas de Roupa Por Passar.

    ResponderEliminar
  8. Anónimo (mas não anónimo)
    Credo! Não me quero ver livre de ti, o que seria da MA? Tinha que tomar conta dela? Mantém-te por cá, faz-me esse favor...

    ResponderEliminar